data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Arquivo/Diário)
Ato de vacinação, no Centro de Referência Municipal da Covid-19, marcou o início da imunização na cidade
19 de janeiro de 2021. Depois de Santa Maria receber as primeiras vacinas contra a Covid-19 no município, a primeira aplicação foi no Centro Municipal de Referência da Covid-19. A partir dali, até completar um ano nesta quarta-feira, a vacinação foi protagonista da pandemia. As ações foram redesenhadas depois de erros logísticos e manutenção de acertos. Atualmente, mesmo com a recente alta de casos, a situação é de controle em hospitais.
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IMPACTOS
No intervalo de um ano, a taxa de ocupação de leitos para casos graves de Covid foi de 81,4% para 45% em Santa Maria. As porcentagens, no caso das UTIs, não são apenas de pacientes internados com Covid. Contudo, a doença era responsável pelo alto índice que não se repete em 2022.
Nos leitos clínicos, após a alta de casos do começo deste ano, a proporção é de internações é a mesma. Em 10 de janeiro de 2021, 74 pacientes com Covid estavam internados em Santa Maria. As vagas, ao todo, eram 134. A ocupação de 55,2% é quase a mesma dos atuais 55,9% (38 pacientes com coronavírus e 68 leitos clínicos totais).
HOSPITAIS
A avaliação nos três principais hospitais de Santa Maria é que houve aumento nas internações, mas em menores número e complexidades que no começo de 2021. No Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), conforme a gerente de atenção à saúde, Soeli Guerra, o cenário está sob controle, mas a internação de duas crianças preocupa.
No outro hospital público para casos de Covid, o Regional, o número de internações é considerado baixo em comparação com os anos anteriores de pandemia, resultado que é atribuído à vacina segundo o diretor-geral, Vinicius Menegola.
No Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, todos os pacientes com a doença a contraíram durante a internação, conforme o diretor clínico, Luiz Gustavo Thomé. Ainda segundo o diretor, são cerca de 70 a 80 pacientes que procuram o serviço diariamente com suspeita de Covid-19. O percentual de resultados positivos é de 30% a 40%, mas a maioria das pessoas acaba indo para casa continuar o tratamento.
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LOGÍSTICA
Ao longo de um ano de campanha de vacinação, as estratégias mudaram. Inicialmente, com doses "a conta-gotas", as ações eram concentradas locais específicos. Com o passar dos meses, a estratégia passou a ser descentralizar as aplicações nos bairros, para facilitar o acesso à população periférica. Conforme o secretário de Saúde, Guilherme Ribas, os processos foram construídos coletivamente com setores da sociedade, para minimizar impactos como longas filas, falta de doses, espera na chuva ou no sol forte. Ainda assim, nem sempre foi possível evitar críticas e reclamações.
- Começamos a divulgar o calendário semanal de vacinação, instituímos o agendamento para os acamados, gestante, e, agora, temos o agendamento para a população em geral, que começou nesta semana. Fomos nos adaptando com o passar do tempo - analisa Ribas.
Outra dificuldade enfrentada foi a baixa adesão da segunda dose - em outubro, 11,8 mil santa-mariense chegaram a ficar com o esquema vacinal incompleto na cidade. Segundo o secretário, atualmente, são cerca de 500 pessoas nesta situação.
"É muito cedo para dizer que é o fim da pandemia", explica infectologista
Ainda que a vacinação seja crucial para o controle da pandemia, não há como mensurar o final do quadro pandêmico. Na análise da médica infectologista Andrea Dal Bó, integrante da Sociedade Riograndense de Infectologia, é necessário dar atenção à imunização de maneira global.
- O que a gente vê agora com a Ômicron é muito o que foi visto na gripe espanhola no final. Houve disseminação grande, mas menor impacto de hospitalização. Alguns especialistas têm referido a "início do fim". É muito cedo para falar nisso agora. Ainda precisamos ampliar a vacinação em lugares que não tiveram acesso, sobretudo a África e alguns lugares da Ásia. Enquanto isso não houver, vamos ter escape de variantes, que pode até mesmo reduzir a eficácia vacinal. Esse ano vamos ter impacto menor graças a vacinação.
Em Santa Maria, nos 12 meses, o total de doses aplicadas no município foi 515 mil, conforme atualização desta terça-feira, o que corresponde a uma média de 1.430 vacinas feitas por dia.
*Colaboraram Eduarda Nenê e Janaína Wille
RETROSPECTIVA DA VACINAÇÃO EM SANTA MARIA
- 19 de janeiro de 2021 - Vacinação inicia em Santa Maria com profissionais do Centro de Referência Municipal da Covid-19
- 20 de janeiro de 2021 - Demais trabalhadores da saúde, que atuam diretamente com o coronavírus, recebem primeira dose
- 11 de fevereiro de 2021 - Transtornos como longas filas e aglomerações marcam primeiras ações para idosos. Prefeitura reavalia métodos
- 31 de março de 2021 - Com 72 dias de campanha, 41 mil pessoas receberam a primeira dose contra Covid. Metade dos idosos já tinha pelo menos o esquema vacinal iniciado
- 15 de abril de 2021 - Ausências em segunda dose chegam a quase 300. Prefeitura e UFSM iniciam trabalho de busca ativa
- 22 de abril de 2021 - Falta de insumo para produção atrasa vacinação em todo o país
- 4 de maio de 2021 - Com mais doses da AstraZeneca, grupo de comorbidades inicia vacinação
- 1º de junho de 2021 - Trabalhadores da educação têm vacinação iniciada
- 13 de julho de 2021 - Estado e municípios optam por adiantar em até duas semanas a segunda dose para frear contágio de variante Delta, que tem casos suspeitos no Rio Grande do Sul
- 21 de agosto de 2021 - Faixa etária para primeira dose começa para todos acima de 18 anos
- 28 de agosto de 2021 - Começa vacinação de adolescentes
- 17 de setembro de 2021 - Idosos acima de 85 anos começam a tomar dose de reforço
- 6 de outubro de 2021 - Estabeleciments começam a cobrar carteira de vacinação para permitir acesso
- 11 de outubro de 2021 - Inicia a dose de reforço para os profissionais da saúde que foram os primeiros vacinados
- 11 de janeiro de 2022 - Estado anuncia data do começo da vacinação de crianças de 5 a 11 anos
- 11 de janeiro de 2022 - Alta de casos pós-virada do ano aumenta procura por vacinação. Média de doses aplicadas semanalmente - entre primeira, segunda e reforço - fica em 12 mil